domingo, 16 de março de 2008

Textos de alunos

Aqui vão algumas composições dos alunos. A primeira é do David Oliveira, nº 7, um texto com humor e com graça, com um título que é todo gozo e ironia, inspirado nas aventuras de Ulisses, mas com outro tipo de actos heróicos. O professor JM.

O Sofrimento.

Na ilha de Circe, quando eu e os meus companheiros fomos parar ao estômago de Caríbdis, sofremos muito, pois o suco gástrico começava a derreter-nos. Alguns dos nossos colegas morreram. Para sairmos de lá foi um suplício, pois trepar não conseguimos, se ficássemos ali morríamos, se descêssemos era um fedor que não se podia. Só havia uma solução, matá-la por dentro. Puxámos das nossas armas e começámos a esfaquear, mas isso não resultou pois a pele da besta era mais dura que rocha. Então tentámos encontrar o coração, tentámos, mas os leucócitos quase nos mataram. Começámos a trepar, mas a besta não deixava, pois estava sempre a beber água para nos empurrar para baixo. Percebemos o plano da besta, por isso, como ela nos tinha engolido o barco, pensámos em enfiar tábuas nos pulmões para ver se ela morria sufocada, mas isso não dava, pois ela tinha guelras. Portanto tentámos sair por ali, de cada vez que as guelras se abriam saíam três, ora assim não tardou nada a sairmos todos, mas antes de sairmos fizemos uma fogueira no coração para a matar. Conseguimos fugir e ainda por cima matámos Caríbdis.

O segundo texto foi escrito pelo Bruno José, nº 6, inspirado num cruzamento das aventuras de Ulisses com as de Gulliver e com uma prática de heroísmo muito actualizada, sobretudo muito útil para recuperar pessoas desmotivadas ou traumatizadas.


O navio desconhecido

Estava eu na Ciclópia, com os meus amigos gigantescos, a jogar ao jogo que eu lhes tinha ensinado, as escondidinhas. Era um jogo de que eles não gostavam muito porque, quando era eu a contar, encontrava-os a todos, devido ao tamanho. Então, vendo as caras deles todas desanimadas, dei a ideia de nos irmos sentar na areia da praia a olhar o mar e o horizonte. Todos concordaram, apesar de ninguém estar cansado. Nem mesmo eu estava cansado, pois passava a vida no ombro do meu grande amigo Great Kali. Mas voltando ao assunto anterior, estávamos nós sentados à beira-mar, a observar o grande e belo oceano, reino de Poséidon, quando, de repente, um dos meus amigos, o maior ciclope que lá estava, deu um berro tremendo. O grito foi tão intenso que o chão abanou e eu quase caí do ombro do Great Kali. Todos lhe perguntámos o que se passara, mas ele limitou-se apenas a apontar o seu enorme dedo, quase maior que eu, para o mar. Olhámos todos nessa direcção e o que vimos foi apenas um ponto branco lá no horizonte e que devia ser um barco. Fiquei espantado por o ciclope ter dado aquele berro só por causa dum navio desconhecido. Vendo a minha cara de espanto, os ciclopes explicaram-me que ele tinha ficado traumatizado, porque quando ele era pequeno, um navio de homens mortais chegou à ciclópia e matou o seu pai e a sua irmã. Foi só isto que consegui perceber pois ainda se ouviam os gemidos do ciclope traumatizado. Esperámos que o navio chegasse, todos menos ele que desatou a correr para casa.
Passados alguns minutos o barco já estava em terra. Só aí é que percebi que o barco conseguia ser muito maior que os seus marinheiros que eram ciclopes. Ciclopes, mas não eram uns ciclopes normais, estavam todos com as roupas rasgadas, corsários, pernas de pau, papagaios ao ombro, resumindo, tinham o aspecto de serem piratas. Todos acharam as suas vestes esquisitas (pois naquela altura ainda não existiam piratas). Esses estranhos saíram do barco e começaram-nos a amarrar e a prender com cordas às árvores. Naturalmente que para mim usaram fios muito fininhos, mas mesmo assim era grande. Quando já estávamos todos presos, começaram a falar uma língua esquisita. Depois vieram ao meu encontro e pegaram-me. Parecia que me iam comer. Acertei em cheio. Iam-me partir ao meio e dividir por todos. Quase que vomitei. Mas nesse momento, vindo do nada, apareceu o ciclope traumatizado, mais a sua mãe e o que devia ser o seu tio a correr e a gritar. Vieram com paus e começaram a atingir os maus da fita. A mãe tirou-nos as cordas e atirou-as contra eles. Cheios de medo fugiram e nunca mais voltaram. Penso que o ciclope traumatizado nunca mais voltou a ser o mesmo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Aventuras e imaginação é com os do 6º1 !

Anónimo disse...

Ambos os textos são bons!!!!


Os alunos do 6º1 estão de parabéns!!


Continuem assim!!!

Sofia disse...

klaro k nós somos os melhores.


lol....